sábado, 21 de fevereiro de 2009

PE. CORREIA DA CUNHA E A CATEQUESE II

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Vila Viçosa - Princesa do Alentejo



No final de cada ano catequético, Pe. Correia da Cunha realizava um passeio com os seus catequistas. Naquele ano, Padre Correia da Cunha decidiu, e julgo em boa hora, irem de viagem até Vila Viçosa – Santuário de Nossa Senhora da Conceição, a qual o Rei Restaurador do Reino, D. João IV, em 1646, escolheu como Padroeira de Portugal. Ele lhe dedicou o Reino. O seu solar era, por isso, um lugar de peregrinação e de muita devoção mariana.
Bem cedo, estrada fora, atravessando o Alentejo, aproveitava-se esse tempo para compartilhar experiências entre umas boas risadas. O ambiente era são e de fraterno convívio. E neste ambiente, lá se chegava a Vila Viçosa, Princesa do Alentejo e terra que viu nascer Florbela Espanca, ilustre nome das letras nacionais.




Grupo de Catequistas de S. Vicente de Fora com Padre Correia da Cunha


Já no interior da igreja, depois de uma SOLENE SAUDAÇÃO à Virgem Santa Maria Nossa Senhora da Conceição, Padre Correia da Cunha mostrava as belezas do templo: Remodelado após o terramoto de 1755, o templo sofreu profundas alterações nos fins do século XIX, assumindo o seu exterior as linhas sóbrias que ainda hoje conserva.

O interior, de três naves, apoiadas em fortes colunas dóricas, é amplo e acolhedor.

Do seu inventário artístico fazem parte, além do precioso conjunto de azulejos azuis e amarelos e de bom desenho do século XVII, peças de raro valor artístico como o precioso sacrário do século XVII da Capela do Santíssimo, a relíquia do Sagrado Espinho da Coroa de Cristo, as tribunas e mesas das confrarias e, ainda, valiosas jóias do tesouro.

Na capela-mor, com pinturas a óleo e excelente talha dourada, venera-se a imagem de Nossa Senhora da Conceição, cuja escultura primitiva se atribui ao século XIV, protegida por grade de rótulas de prata branca. Numa das paredes laterais expõe-se a bandeira portuguesa da vitória de Montes Claros (1665), oferecida pelo Marquês de Marialva.




Grupo de Catequistas no Passeio a Vila Viçosa em 31 Julho 1966



A recompensa vinha depois com o almoço de confraternização entre todos, no interior das muralhas do castelo. Eram bons amigos e excelentes companheiros de viagem, Pe Correia da Cunha tudo fazia para que os momentos, em que estava reunido o grupo, fossem momentos de muita união, partilha e tranquilidade. Ainda hoje, todos os recordam como boas e agradáveis experiências das suas vidas. Depois de partirem com destino ao Paço Ducal de Vila Viçosa, um edifício imponente com uma monumental fachada Maneirista de dois registos, um de ordem toscana e outro jónico, à qual foi acrescentada, em 1610 um terceiro piso, Pe. Correia da Cunha aproveitava para fazer uma resenha histórica sobre tão magnífico edifício.

Nos primeiros anos do século XVII, o palácio recebia um erudito programa decorativo, considerado “um dos mais ricos acervos de pintura mural de fresco e têmpera que se encontra na paisagem artística portuguesa”. Este conjunto de pinturas, “maioritariamente fiel aos cânones estéticos do Maneirismo italianizante” estende-se pelas alas novas do paço ducal, nomeadamente a Galeria de D. Catarina, e os tectos das salas de Medusa e de David. Estas composições foram executadas entre 1600 e 1640 por diferentes pintores. A Tomás Luís, afamado pintor lisboeta, são atribuídos os tectos da Sala da Medusa e a gallerietta da duquesa D. Catarina. José de Avelar Rebelo pintaria os tectos da Câmara da Música do paço, uma obra já patrocinada pelo duque D. João, futuro rei D. João IV. Depois da subida de D. João IV ao trono, o Paço de Vila Viçosa deixaria der ser a residência oficial dos Duques de Bragança. No reinado de D. João V, em 1716, o monarca ordenou novas obras no palácio, só terminadas no tempo de D. José. O palácio voltaria a ser remodelado no final do século XIX, sendo então um dos locais preferidos pela Família Real para as suas temporadas fora da capital do reino.

O objectivo principal destas viagens, com Pe, Correia da Cunha, era dar a conhecer o máximo possível do lugar, a sua cultura e seus principais pontos de interesse artístico bem com consolidar uma fraterna amizade que jorrava dum amigo comum Jesus Cristo. Viajar com Padre Correia da Cunha, em grupo de verdadeiro e sincero companheirismo, era maravilhoso! Sob o céu azul e o Sol que se despediam, metiam-se de novo à estrada, muito felizes e bem dispostos. Em Lisboa, o nosso Patrono São Vicente esperava-los. São estes momentos que nos transportam no tempo e nos deixam um sorriso nos lábios. Eram jovens e alimentavam ilusões de transformar o mundo.
Com as suas contribuições sobre essas vivências podem ajudar a melhorar o mundo de todos aqueles que viveram esses agradáveis momentos na companhia de Pe. Correia da Cunha. Ajuda-nos enviando documentação.








Continua…







Fotos: cedidas gentilmente pelo Catequista Rogério Martins Simões




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