sábado, 25 de julho de 2009

PE. CORREIA DA CUNHA E S.VICENTE NA LITURGIA

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VICENTE, MÁRTIR SANTO, ESTE DIA É RADIOSO!




Padre José Correia da Cunha dava grande ênfase à Celebração Litúrgica em memória de São Vicente. Como grande especialista na área da Liturgia, o dia 22 de Janeiro, dia da morte do santo, era magnificamente celebrado na Paróquia de São Vicente de Fora. Recorria a todos os meios para que essa data ficasse gravada na memória de todos os paroquianos, desde a decoração do templo, com magníficos arranjos florais, aos paramentos de cor vermelha, com bordados a ouro, e um rito por si seleccionado para esse grandioso e radioso dia. Obviamente que os cânticos não eram esquecidos. Que beleza!

O dia de São Vicente, na sua paróquia, era feriado ‘‘paroquial ‘‘. Eram convidados para as magnificentes festas em honra do mártir de sua eleição, todos os paroquianos assim como todos os lisboetas que sempre manifestaram carinhosa devoção ao grande Padroeiro da sua querida Cidade. Como Padre Correia da Cunha referia, foi São Vicente que levou Lisboa à pia baptismal e a tornou cristã.

O encerramento do festivo dia terminava com um grandioso e ímpar Concerto de Órgão confiado a um dos maestros das suas amizades, que se deslocava a Lisboa de propósito para corresponder ao convite inegável do seu carinhoso e afável amigo.

Todos os membros dos mais variados movimentos paroquiais estavam presentes nestas imemoráveis celebrações, que enchiam de grandes bênçãos as nossas vidas. Tudo hoje é diferente… até o templo se mantém encerrado.










COMEMORAÇÃO VICENTINA DOS ’AMIGOS DE LISBOA’’






Conferência, na sede, pelo PADRE CORREIA DA CUNHA, no dia do Padroeiro da Cidade em 1954








VI PARTE








D. Guéranger, o sábio monge de S. Bento, renovador do espírito e dos estudos litúrgicos, diz que S. Vicente não pertence apenas às Espanhas, mas a toda a Igreja. Com Santo Estêvão e S. Lourenço, o Mártir Saragoçano faz parte do triunvirato glorioso de Levitas que regaram generosamente com o próprio sangue a sementeira da Fé.

Por isso, como vimos, foi S. Vicente honrado pela Cristandade logo após o seu martírio e bem depressa a Liturgia sancionou este culto popular, pois, ciosa como é da glória dos seus santos, não podia esquecer quem, com tanta galhardia e fé dera a vida por Cristo.

E, assim, logo que se divulga no Ocidente a popular forma litúrgica das Ladainhas, no primeiro quartel do século IV, o nome de S. Vicente aparece junto aos dos outros dois célebres Diáconos, sendo invocados devotamente nestas orações oficiais do culto, pois, como é do conhecimento geral, as Ladainhas dos Santos são cantadas nas grandes procissões litúrgicas e noutras cerimónias religiosas.

Nos Martirológios em que a Cristandade vai registando os nomes de seus heróis, logo nos primeiros séculos, aparece também o nome glorioso de S.Vicente. Esses livros que, pouco a pouco, se vão compilando por toda a parte, formando martirológios locais, dão mais tarde origem ao Célebre Martirológio Romano (de carácter geral) aprovado pelo Papa Gregório XIII, em 1854, a pedido do nosso Rei Magnânimo D. João V.

Actualmente ainda este Martirológio Romano é lido, dia a dia, no Ofício Divino, à hora de Prima, para que os cristãos de hoje, recordando as grandes figuras de santidade da Igreja, nelas vejam exemplos a seguir e advogados a quem recorrer.

Mas a maior consagração litúrgica dos heróis da Fé Cristã, está na celebração da Missa e no canto do Ofício Divino. É nestes actos fundamentais da Liturgia que devemos ver até que ponto foi a devoção oficial da Igreja ao nosso Santo Patrono.


Texto de Padre José Correia da Cunha


Continua…
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