domingo, 17 de abril de 2011

PADRE CORREIA DA CUNHA E DOMINGO DE RAMOS

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Hosana! Hosana! Hosana! Este é o grito de júbilo….

 

As cerimónias comemorativas do Domingo de Ramos efectuadas na Paróquia de São Vicente de Fora, por Padre Correia da Cunha, abriam as solenes celebrações da Semana Santa.


Padre Correia da Cunha mencionava que a Procissão de Ramos era uma prática com origem na cidade de Jerusalém, que teria surgido por volta do séc. IV. Esta prática nasce com o objectivo de ser uma Procissão pública de fé em Cristo, Messias e Salvador.


Os primeiros cristãos recordavam assim a entrada triunfal de Jesus naquela cidade, com uma celebração no início da tarde, no Monte das Oliveiras. Por essa razão, além de palmas, usavam também ramos de oliveira. Com ramos e palmas nas mãos, cantavam hinos de júbilo ao Senhor vitorioso, enquanto se dirigiam para a cidade de Jerusalém.


Padre Correia da Cunha abençoava e distribuía os Ramos nas escadarias do Panteão Nacional. Depois, seguia-se a procissão dos Ramos pelo vasto Campo de Santa Clara em caminhada muito lenta e pausada, entoando cantos vitoriosos até à Igreja Paroquial e recordando assim a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.


Testemunhavam assim todos os paroquianos, com o seu Pastor, a profunda fé em Jesus Cristo vitorioso. Os ramos verdes simbolizavam a esperança sempre viva na vitória de Jesus.





Nesta solene procissão participavam todos os movimentos da paróquia: os meninos do coro, os acólitos, os cruzados da eucaristia, os escuteiros, os alunos do Patronato de Nuno Alvares Pereira, os vicentinos, os catequista e muitos outros, que carregavam os ramos, manifestando o seu imenso júbilo, pelas ruas sinuosas. Era um culto de fé que aquecia os corações de todos, desde as crianças aos mais idosos.





Foi no Domingo de Ramos do ano de 1977, que toda a Comunidade Paroquial, ao contrário do que era habitual, realizou uma procissão, pelas 15 horas, com um olhar triste e contemplativo, e em profundo silêncio. Com saudade os sinos lugubremente dobravam, enquanto todos os membros da comunidade e milhares de amigos conduziam o corpo de Padre Correia da Cunha até à sua última morada: o cemitério do Alto de São João. Recordo hoje o Cónego Amaro – Vigário Geral ao aferir um grupo de jovens angustiado e prostrado em profundo choro no cemitério. Perante este doloroso acontecimento, dirigiu-se com toda a solenidade para deixar expressa a seguinte mensagem:


“Não será tarefa fácil ao Sr. Cardeal Patriarca D. António Ribeiro substituir este meritório sacerdote. Mas quero dizer-vos, do coração, que tudo farei para se encontrar um prior que venha a dar continuidade ao testemunho de fé e alimentar o trabalho que Padre Correia da Cunha tão bem soube construir na Paróquia de São Vicente de Fora.”




A tomada de consciência e a noção do sofrimento, pela perda de Padre Correia da Cunha, criou em todos os seus amigos uma profunda ansiedade e consternação. Mas se olharmos para os seus ensinamentos, a nossa existência pode ser mais venturosa e com mais sentido, porque se os compreendermos na sua prática, não haverá tanto egoísmo, tanta vaidade, tanta hipocrisia, tanta arrogância…


Viveremos mais solidários uns com outros!


É assim que o deveremos recordar!

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