sábado, 2 de abril de 2011

PE. CORREIA DA CUNHA, UM RETRATO (I)

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IN MEMORIAM




1917 - 1977





2 ABRIL 1977






Passam hoje 34 anos sobre a morte de Padre Correia da Cunha. Da sua personalidade e inteligência de grande humanista, e do vulto enorme de clérigo que foi, iremos hoje nesta singela homenagem recordar o seu longo percurso de serviço à Igreja e à Comunidade. Nestas poucas linhas, queremos apenas reviver Padre Correia da Cunha, como um grande amigo de todos os seus semelhantes e principalmente dos muitos jovens da Paróquia de São Vicente de Fora.




Padre Correia da Cunha era um homem simples que nos habituámos a ver na sua modéstia e na sua simpatia. Queremos neste retrato salientar a vida deste amigo que desejamos ajudar a conhecer nesta manifestação de alto apreço e admiração ao incomparável génio de Padre Correia da Cunha.




Cumpre-nos agradecer com a maior gratidão, apresentando os nossos sinceros agradecimentos às pessoas de Eng.º Acácio Cunha e Fernando Cunha, respectivamente sobrinho e irmão, que nos possibilitaram acesso ao espólio fotográfico de Padre Correia da Cunha que tanto tem enriquecido este blogue.









HOMENAGEM





Padre José Correia da Cunha






A 24 de Setembro de 1917 nasceu na bela freguesia Lisboeta de Arroios, mais concretamente na Rua Rebelo da Silva. Era um bairro garrido, como Padre Correia da Cunha se referia a esta esplêndida zona lisboeta. Foi o primeiro dos cinco filhos do casal José Cunha e Maria Amália da Correia da Cunha, possuidores de um pequeno lugar de verduras no bairro.


Era com muito orgulho e vaidade que Pe. José Correia da Cunha se intitulava desde sempre, como: Zézito, filho da Ti’Amália das hortaliças. Os seus fortes sentimentos maternos sempre o acompanharam ao longo da sua curta vida.


Fez os estudos primários na escola do bairro. Frequentava assiduamente a doutrina na antiga Igreja Paroquial de Arroios.


Já à época nele se revelava nitidamente o pendor para a vida clerical, o apreço pelas coisas da Igreja e uma sentida compaixão pelos humildes. Os seus pais, embora modestos, esforçavam-se na educação dos seus filhos, principalmente com o exemplo e a palavra.


Mas seria por iniciativa e incentivo da prestigiada família Violante, que exercia a vocação de doutrinaria na paróquia da sua residência, que seria distinguido pela sua aplicação e inteligência. Este mesmo reconhecimento valeu-lhe o consentimento da sua mãe, Maria Amália, para poder desabrochar todas essas suas excepcionais qualidades. Era uma tristeza que tão anormais atributos não fossem aproveitados.




Após a Exmª Srª. D. Olga Violante ter levado ao conhecimento do Reverendíssimo Prelado - Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel II Gonçalves Cerejeira, a sua intenção de protecção deste jovem dilecto, todas as portas se abriram para se dar início a um brilhante caminho vocacional.


Aos 11 anos de idade, foi para Santarém, frequentar o Seminário Menor, onde fez o curso adequado, nunca tendo perdido nenhum ano e apresentando sempre notas elevadíssimas. Padre Correia da Cunha acreditava que, ao contrário dos ricos, aqueles que eram pobres tinham de apresentar notas muitos altas. Catorze ou quinze não chegavam, era necessário ter-se mais de dezoito, pois só assim poderiam ascender na escala social. Costumava dizer: “Temos de ser os melhores, dos melhores”.


Sempre tendo esta máxima em mente, transitou, em 1933, para o Seminário Maior dos Olivais, onde concluiu o Curso Teológico, em 1939.






Muitos dos seus professores, entre os quais o Mons. Pereira dos Reis, profetizavam que aquele jovem poderia vir a ser uma das maiores luzes da Igreja Diocesana de Lisboa.


De facto, anos mais tarde, velhos e novos, grandes e pequenos, pobres e ricos, confirmavam esta predição. Todos admiravam e aplaudiam o jovem seminarista, que dotado dos mais raros talentos, se tornou modelo junto dos colegas e dos mais altos dignitários da Igreja Diocesana.


Muitos dos seus talentos ficou-os a dever, inclusive, ao próprio Cónego Dr. José Manuel Pereira dos Reis. Homem de grandes e iluminadas intuições ensinou várias gerações de seminaristas a contemplar o Mistério de Cristo e da Igreja, na celebração da Liturgia. Padre Correia da Cunha sempre lembrava como imensa saudade essa magnânima figura como um dos mais conhecedores das matérias da Liturgia. Este muito contribuiu para a sua formação e identidade cristã.








Ao terminar os seus estudos teológicos, com apenas 22 anos, e não tendo a idade canónica para se ordenar sacerdote, foi colocado como Administrador do Jornal Diocesano Voz da Verdade, acumulando esta função com a de professor de Latim no Seminário. A ordenação sacerdotal ocorreu um ano depois, a 14 de Abril de 1940, na Capela do Seminário dos Olivais pelo Revdº Cardeal Patriarca de Lisboa. O celebrante, D. Manuel II Gonçalves Cerejeira, sempre nutrira uma verdadeira afeição pelo Zezito, com que carinhosamente sempre o tratou, adoptando a forma predilecta como era tratado pela sua família.






Continua…


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