terça-feira, 22 de janeiro de 2013

PE. CORREIA DA CUNHA – UNIVERSIDADE LISBOA

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«SÃO VICENTE CUJOS CORVOS SIMBÓLICOS E LENDÁRIOS FIGURAM HERÁLDICAMENTE DESDE SEMPRE NA ÍNSIGNA QUE TRAZEMOS AO PEITO».
Paulo Cunha





Naquela manhã do dia 22 de Janeiro do ano de 1964, a majestosa igreja de São Vicente de Fora apresentava um primoroso arranjo e especiais cuidados decorativos que a transformavam num espaço celestial em plena glória.
Profusamente iluminada e com os mais lindos arranjos florais para as Solenes Celebrações Litúrgicas em honra de São Vicente, orago da Paróquia. O Padre Correia da Cunha dava grande ênfase à festa em memória do seu santo mártir.
Mas…! Pelas toilettes dos convidados dava para ver que haveria ali algo de mais impetuoso e esplendoroso, na comemoração ao diácono de Saragoça, naquele ano.






Os convidados, em elevado número, eram recebidos no topo da escadaria principal do templo, pelo Revdº Padre Correia da Cunha devidamente paramentado e pelo Sr. Prof. Paulo Cunha revestido com grande colar e toga profusamente ornamentada com borlas e rosetas de seda.
Muitas vestes de toga e insígnias doutorais (borlas e capelos), hábitos talares, chapéus e imensas condecorações… davam a entender que seriam ilustres da cátedra das Universidades e Faculdades da nossa nobre cidade.







Um clima apoteótico marcou a chegada de Sua Eminência o Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel II Gonçalves Cerejeira ao grandioso templo, onde foi recebido com uma enorme salva de palmas dos fiéis ali presentes. Enquanto o magnífico órgão barroco entoava uma marcha triunfal de Berlioz - formou-se um luzido cortejo tendo como destino a bela Sala da Portaria do Mosteiro, onde foram apresentados os cumprimentos de Boas Vindas à celebração do 1º Dia da Universidade de Lisboa, que coincidia com a festa litúrgica de São Vicente, o padroeiro da cidade.




Foi iniciativa do Senado Universitário da Clássica que houvesse uma missa solene de pontifical, com pomposo ritual, onde o canto musical não podia deixar de estar presente, e o local escolhido foi a renascentista igreja de São Vicente de Fora. Depois um almoço de confraternização no Salão Nobre da reitoria.
No altar-mor encontravam-se dezoito ilustres professores universitários e estudantes que representavam as Associações Académicas e comissões Pró-Associação de Letras e Medicina.
Terminada a missa, o Sr. Cardeal Patriarca dirigiu breves palavras alusivas ao significado das cerimónias, congratulando-se com a Celebração do Dia da Universidade de Lisboa, desejando aos presentes as maiores felicidades.






O Prof. Dr. Paulo Cunha não escondeu a comoção colhida na brilhantíssima recepção, expressando nos termos mais encomiásticos o seu agradecimento ao Reverendíssimo Prelado pela sublime celebração litúrgica e ao Revdº Padre Correia da Cunha, na qualidade de anfitrião, o acolhimento a esta iniciativa: a Celebração do 1º Dia da Universidade.
À saída do templo ricamente engalanado com paramentos que lhe davam um aspecto solene, o Vice-Reitor da Universidade Clássica dirigiu-se ao Padre Correia da Cunha declarando: “ como cidadão desta bela cidade sinto-me deslumbrado pela beleza e decoração do templo e não posso deixar de agradecer do coração todo o seu empenhamento na realização deste rito litúrgico”.



A estas celebrações que marcaram o primeiro dia da Universidade de Lisboa, assistiram vivamente interessados, muitos paroquianos de São Vicente de Fora, interrogando-se se a vistosa decoração que o templo ostentava era em honra do diácono Vicente ou em honra dos académicos que contribuem com os seus saberes para o aperfeiçoamento da arte e cultura portuguesa.





Cerca das 13horas e 30 minutos começaram a chegar ao edifício da Reitoria, na Cidade Universitária, os convidados para o almoço de confraternização que reuniu 255 convivas. Compareceram todos os professores catedráticos e assistentes assim como doutores de todas as Faculdades da Universidade Clássica, e ainda os doze melhores estudantes do último ano lectivo, nos vários cursos e três de cada uma das associações.


Na mesa de honras tomavam lugar o Reitor e Vice-Reitor da Universidade Clássica; respectivamente Srs. Professores Paulo Cunha e Ramos e Costa; o Reitor da Universidade Técnica, Sr. Prof. Leite Pinto, os directores das Faculdades de Letras e de Medicina, Senhores Professores Manuel Madaleno e Toscano Rico; o director da Escola Superior de Farmácia, Prof. Joaquim Mendes Ribeiro; o presidente do Instituto de Alta Cultura, Sr. Prof. Gustavo Cordeiro Ramos; os directores da Faculdade de Direito, Sr. Prof. Raul Ventura e da Faculdade de Ciências, Sr. Prof. José Sarmento de Vasconcelos e Castro, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa – Sr. General França Borges e o Revdº Padre Correia da Cunha.


Segundo testemunho de um elemento presente no almoço este decorreu em ambiente de grande animação e franca camaradagem e na altura dos brindes começou por falar o notabilíssimo Sr. Professor Paulo Cunha.


Principiou o Reitor por se referir ao alcance das Comemorações do Dia da Universidade de Lisboa nas quais – afirmou – o almoço de confraternização simbolizava uma unidade intensificada com as aspirações comuns e que se simbolizava naquela reunião festiva – o objectivo era dar um ar de simplicidade em convivência de família.


Fez depois, o orador breve análise dos vinte e cinco dias de reitorado, enunciando os projectos que tem para um futuro imediato em relação com as actividades universitárias.


Terminou pela evocação de São Vicente Mártir patrono da Universidade de Lisboa:


« O dia 22 de Janeiro é o dia de S.Vicente. É o dia que sendo da cidade de Lisboa, é também o da diocese de Lisboa. É por isso, naturalmente, o dia da Universidade que em Lisboa está. Com ele, comemora-se uma alta figura, glória da Igreja, dos fins do século III príncipios  do século IV, que muito mais tarde, na história e na lenda, aperece ligada aos primeiros tempos do Reino de Portugal. Mas, seja história, seja lenda, trata-se desse vulto extraordinário que, vivendo em terras da Hispania e sendo extremado perito nas Artes e nas Letras, como dizem os cronistas, depois morreu pela sua Fé, pelos seus ideais, proferindo aliás palavras memoráveis que em breve tenciono fazer inscrever no Boletim da Universidade, por constituirem exemplo educativo de alto quilate. Vítima de injustiças e de tormentos acabou por sucumbir e foi lançado ao mar. Aqui surge a lenda;  os corvos milagrosos que sempre o acompanhavam. O corpo incorrupto do Santo veio mais tarde em naves frageis até Portugal, Desembarcado no Promontório que ficou a chamar-se Cabo de S. Vicente, e finalmente trasladado para Lisboa em 1176 (data que vêem acolá esculpida em bronze, na escadaria nobre da Universidade). »


“ Que São Vicente padroeiro de Lisboa e da Universidade, nos obtenha do Céu as graças necessárias para dar resposta adequada às exigências que diariamente nos põe o serviço do ensino, nos tempos actuais”.



O evento encerrou com o discurso da mais nova Doutora: Maria Luísa Noronha Galvão que tinha prestado provas e fora distinguida com o mais alto grau académico em matemáticas.


Aproveito este texto Do Padre Correia da Cunha para concluir:


 “Mas a maior consagração litúrgica dos heróis da Fé Cristã, está na celebração da Missa e no canto do Ofício Divino. É nestes actos fundamentais da Liturgia que devemos ver até que ponto foi a devoção oficial da Igreja e da Academia ao nosso Santo Patrono.”


A UNIVERSIDADE SEMPRE FOI ANIMADA E PROTEGIDA POR TÃO GRANDE HERÓI DA FÉ CRISTÃ.






















 
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sábado, 12 de janeiro de 2013

ALA DOS AMIGOS DE PE. CORREIA DA CUNHA

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Os amigos que partiram…




IN MEMORIAM


OLGA VIOLANTE


1903-1969




OLGA GUERREIRO VIOLANTE nasceu em Lisboa no ano de 1903.
Frequentou o Conservatório Nacional, onde foi discípula de canto de António Garcia, continuando mais tarde o estudo da técnica e de interpretação com Lídia Opienska e J.C de Vasconcellos, Luís de Freitas Branco e António Eduardo da Costa Ferreira tiveram marcada importância na sua formação musical.

Cantora de mérito, esta mulher teve uma vida totalmente dedicada à música estando vinculada à origem de muitos coros.

Em 1921, na sua paróquia de São Jorge de Arroios, sendo pároco o Cónego Martins Pontes, fundou o coro Scola Cantorum - Santa Cecília. A escola era então frequentada apenas por meninas, tinham aulas de música, canto e catequese e contava com apoio de um grupo de filiadas dotadas de uma enorme sensibilidade musical, gosto litúrgico e formação religiosa.

Em 1941, por sua iniciativa, foi criado o Polyphonia Schola Cantorum, coro misto composto por cerca de 40 elementos tendo tido como primeiro cantor, ou regente, o musicólogo Mário Sampayo Ribeiro, que o dirigiu até à sua morte, em 1966. Este coro obteve o estatuto de pessoa colectiva de utilidade pública.

Olga Violante temos que lhe fazer justiça, muito contribuiu para levantar o canto em Portugal. Ensaiava e dirigia o Coro Universitário Feminino e os coros da Liga Católica, Florinhas da Rua e Instituto de São Pedro de Alcântara. Melómanos da época recordam-na ainda como solista da Sociedade Coral Duarte Lobo e da Sociedade Coral de Lisboa.

Olga Violante dirigiu os Serviços de Música da Mocidade Portuguesa (1957), assim como do Instituto de Odivelas (1944) e Junta de Educação Nacional.

No dia 1 de Novembro de 1960, o Padre José Correia da Cunha toma posse como pároco de São Vicente de Fora. Esta paróquia possuía uma enorme tradição na música e no canto coral. O Padre Correia da Cunha não podia deixar de requerer a colaboração da sua protectora Olga Violante para organizar o coro da paróquia. É merecedora de homenagem a entrega desta maestrina que contribuiu para o engrandecimento e formação musical e coral dos membros do coro paroquial.

Nos anos sessenta, Portugal vivia numa indolência musical. Olga Violante alimentava um grande sonho nos seus ambiciosos projectos artísticos. Não pensava noutra coisa: a criação de um grande coro. Só uma pessoa poderia realizar.lhe este seu sonho maravilhoso: Drª Maria Madalena de Azeredo Perdigão.






Foi no dia 14 de Fevereiro de 1964, que se dava início à constituição do Coro de Camara Gulbenkian, tendo sido confiada a regência a Olga Violante e a direcção adjunta a Pierre Salzmann, assistidos por José Aquino e Victor Diniz.
Não poderia escolher melhor local para a estreia do Coro de Camara Gulbenkian do que a Igreja de São Vicente de Fora. Realmente a escolha do local, não poderia ser mais acertada, pois Olga Violante bem sabia que a igreja possuía uma das melhores acústicas de Lisboa  e podia contar com a colaboração incondicional, activa e empreendedora do seu admirável Padre Correia da Cunha.

Foi na noite do dia 27 de Maio de 1964, que se ouviu em primeira audição o Coro de Camara Gulbenkian , interpretar a Paixão Segundo São Mateus, de Georg-Philipp Telemann, acompanhado pela Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional.

Olga Violante era dotada de uma cultura superior, a par de uma inteligência pouco comum. Estudou canto gregoriano sob a direcção do P. Pascal Piriou, de Pierre Carraz, de Manzarraga e deslocava-se assíduamente à Suiça, Itália e Bélgica para se aperfeiçoar na interpretação da música antiga com H. Tesseyre, Dom G. Biella e Safford Cape.


Olga Violante desfrutava de uma voz de rico timbre, rara qualidade e perfeitíssima articulação. Deixou uma obra notabilíssima a juntar a uma verdadeira paixão pelo canto e música. Era possuidora de uma enorme generosidade e o seu grande coração, encontrava-se sempre disposta ajudar os que começavam uma nova etapa na sua vida, como foi o caso do adolescente (Zézito) Correia da Cunha, que com a sua protecção, ingressou no Seminário Menor de Santarém.
Após cinco anos de frutuoso trabalho, Olga Violante deixou orfão o seu coro e desaparecia um resplandecente rosto de simpatia. Mas já mais será esquecida pelos que tiveram o previlégio de a conhecer. Deixou atrás de si, uma saudade e um grande inapagável exemplo de virtudes. Como é sabido, no ano da sua partida para o PAI foi nomeado o Maestro Michel Corboz para titular do Coro Gulbenkian, cargo que veio a exercer com insuperável competência ao longo de mais de trinta anos.

Portugal, através do Presidente da República, no ano anterior à sua morte, reconheceu aos seus méritos, tendo-lhe atribuido a comenda da Ordem da Instrução Publica.





Foi no dia 23 de Maio, do ano de 1969, que Olga Violante nos deixou. Transcrevo o texto de uma carta enviada pelo Padre Correia da Cunha ao amigo Dr. Pedro Prado da Emissora Nacional, no dia 6 de Maio de 1969.



“ Como sabe, sou de há muitos anos amicíssimo da Senhora Dona Olga Violante. Como também sabe, esta senhora está gravemente doente e, infelizmente para nós – os seus amigos – e para a música na nossa Terra, talvez Deus a queira levar bem mais depressa do que todos desejaríamos. Como eu gostaria de, enquanto vivesse, poder gozar da sua presença espiritual…”




Foi uma grandiosa e sentida manifestação de pesar as cerimónias fúnebres da Senhora Dona Olga Violante. O seu corpo esteve colocado em câmara ardente no cruzeiro do majestoso templo de São Vicente de Fora, onde 5 anos antes, havia tido estreia o Coro Gulbenkian.



Acompanhei como acólito, o Padre Correia Cunha no cortejo que levou o corpo da Senhora Dona Olga, para ser depositado no Cemitério do Alto de São João, após a celebração de uma missa de corpo presente a que compareceram as mais altas figuras de relevo da cultura nacional. A igreja estava repleta e viam-se também individualidades da vida política, religiosa e militar.




A Comunidade Paroquial de São Vicente de Fora e o seu pároco guardou por muito tempo a sua memória com a realização de concertos de órgão em homenagens póstumas a Olga Violante.




Recebei, Senhor, na glória do vosso reino a nossa irmã.














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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

PE. CORREIA DA CUNHA – ESPERANÇA NO ANO NOVO











  
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"MÃOS CHEIAS DE PRECES E DE GESTOS
DE AMOR!"







Mesmo que a descrença na vida política nacional nos arraste para um profundo desencanto; que o verde da esperança se apresente com um verde empalidecido e sem encantamento, e que os corações se tenham cansado de esperar, depois de tantas falsas promessas, neste dia, quero recordar que para o Padre Correia da Cunha, o surgimento de um Ano Novo era o momento certo para deixarmos para trás as certezas quase sempre logradas e as realidades sem beleza e fascínio.
Na Para-Liturgia que celebrava na passagem de ano, na Igreja Paroquial de São Vicente de Fora, levava-nos confiar e a ter esperança, pois a pequena luz interior, existente em cada um de nós, fazia-nos acreditar em algo de novo e de belo!






Essa celebração litúrgica de meditação e preces era quase como um renovar de alma numa ressurreição de Fé, num renascer de novas utopias!

Recordava ele que a passagem do tempo nos vai desiludindo acerca das pequenezas da vida terrena, do idealismo e dos desejos do coração humano. Por sua vez, vai-nos dando conhecimento e uma percepção mais vastos da nossa existência na maravilhosa missão que Deus nos destinou para justificar a nossa Vida.

Esta cadeia do tempo, cujos elos são os anos que fogem, arrasta e enlaçam-nos na magia dos seus mistérios, fazendo-nos meditar na vertigem da vida temporal em relação à vida eterna.


Na agitação frenética e no constante lufa-lufa, construímos sonhos, realizamos obras obstinadamente, desiludimo-nos, sofremos, rimos, choramos, amamos e odiamos, renascendo impetuosamente das cinzas de um sonho e elevando-nos nos píncaros de nova ilusão absurda, que subitamente nos despenha nos espaços infinitos e áridos.


Nesta noite de Natal de 2012 fui surpreendido por um momento feliz, um telefonema do poeta Rogério Martins Simões, amigo comum do Padre Correia da Cunha. Leva a vida a esperar e a confiar que as suas rimas sejam soluços com eco! Por isso, a sua espinhosa doença é uma desgraça que para ele se lhe apresenta suave e as lágrimas maravilhosamente doces. É a poesia! Rogério é um dedicado admirador do Padre Correia da Cunha. Não quis deixar de partilhar os mais puros prazeres que viveu na companhia desse homem de talento, que pela inqualificável extensão do seu saber, pela astúcia da sua sábia análise o marcaram para sempre como homem e cristão.





Tal como eu, Rogério Simões conserva na sua alma a chama da luz deixada por Padre Correia da Cunha, trazendo à memória aquelas noites da passagem de ano, em que o Padre Correia da Cunha reunia na sua residência a mocidade de São Vicente de Fora, (considerada por ele a sua família) cheia de confiança, optimismo… com as almas cheias de desejos.



A boa e jubilosa música clássica era uma espécie de oxigénio nesses Reveillon’s organizados pelo Padre Correia da Cunha. Foi um privilégio termos descoberto a beleza dessa música ainda garotos, naqueles eufóricos ambientes que o Padre Correia da Cunha nos proporcionava, durante as longas noites de passagem de ano. Empolgados e maravilhados a saborear umas cervejinhas do abastado stock do Padre Correia da Cunha, este aproveitava para lembrar que também tínhamos de oferecer algo ao NOVO ANO:


- “Demos-lhe a nossa Fé em Jesus Cristo, a nossa boa vontade, o nosso consciente esforço para limar arestas, mantermos uma atmosfera propícia a suportarmos com elevação as contrariedades inevitáveis do nosso dia-a-dia e buscarmos a felicidade que todos esperamos em cada ano que surge! “

Tão cheia de mistérios é a Vida, de tão súbitas e impressionantes reviravoltas e surpresas que haverá sempre uma fatia de felicidade que nos é devida. É bom e reconfortante saber esperar!


Abramos confiadamente os braços e o coração a este Ano Novo!



SANTO ANO NOVO!























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