segunda-feira, 22 de maio de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA – PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO - II















«… UM DO OUTRO E OS DOIS DE DEUS.»



O texto que hoje publico, extraído do Curso de Preparação para o Matrimónio, da autoria do Padre Correia da Cunha, foca determinados aspectos para ajudarem a construir um ‘santuário’ seguro onde reine a graça de Deus e a felicidade.

O casamento deve assentar em alicerces sólidos, pois essa união torna os noivos em uma nova família, geradora de vida e construtora de um lar de irradiante Amor.







Não basta confiar num coração (?) como refere a canção «Amar pelos dois» interpretada pelo Salvador Sobral com música de sua irmã Luísa Sobral. Canção que enche de orgulho os corações dos portugueses e que obteve uma excelente vitória no Festival da Canção da Eurovisão de 2017: «Eu sei que não se pode amar sozinho» e tão pouco «o meu coração pode amar pelos dois». 







Quero também aqui deixar sublinhadas as palavras simples e acessíveis a todos, que nos transmitiu o Papa Francisco, na sua mensagem de esperança e amor na recente peregrinação que efectuou ao Santuário de Fátima: «A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida…Pois Ele criou-nos com uma esperança para os outros, uma esperança realizável segundo o estado de vida de cada um».
Se nos mantivermos agarrados à âncora que recebemos através do sacramento do matrimónio, conseguiremos ultrapassar todas as contrariedades e sofrimentos que possamos vir a enfrentar durante essa nova caminhada a três.

Como diz o Papa Francisco: Temos a convicção que Deus caminha connosco, caminha ao nosso lado e segura a nossa mão.





Continuação

DOUTRINA CATÓLICA DO MATRIMÓNIO


Vimos que sob o ponto de vista meramente natural o casamento ou matrimónio é já de uma grandeza e dignidade superiores aos interesses mesquinhos dos indivíduos, isto é, o casamento instituição base da família e da sociedade, vale mais do que qualquer homem ou mulher, pois estes têm de se submeter às suas leis para poderem realizar a sua missão de continuadores da espécie e de mantenedores da sociedade.
Mesmo sem falar da doutrina de Cristo, o casamento tem de ser sempre de um homem com uma mulher uma união legal de carácter permanente e religioso. Tem, portanto, uma alta dignidade.

Mas o que pensa a Religião Católica a tal respeito?


- Para os católicos o matrimónio é um sacramento, um sinal eficaz da graça de Deus, que se pode definir nos seguintes termos: - Matrimónio é o sacramento que foi instituído por Cristo e que confere aos cônjuges a graça especial para que eles realizem santamente os seus fins. 





Analisemos esta definição, explicando-a um pouco.

Os sacramentos são sinais eficazes da graça, isto é, mostram e dão de um modo visível a graça de Deus aos homens que os recebem.
Exemplo: o Baptismo, lavando simbolicamente a cabeça, mostra que é lavada a alma e dá, na verdade, a graça de uma limpeza espiritual, de modo que o neófito fica, de facto, livre da mancha do pecado original e de qualquer outro pecado se o tiver.

No matrimónio o contacto inicial em que publicamente e perante o ministro de Deus os noivos concordam em ser um do outro e os dois de Deus, é também um sinal de união, mas um sinal em que Deus omnipotente se mete por uma graça especial a mais aqueles dois seres para toda a vida, de tal modo que já não serão dois mas uma só carne, segundo a expressão realista da Escritura, isto é: não são duas pessoas com interesses individuais, mas uma só pessoa moral com interesses comuns tanto na ordem material como na ordem espiritual. Isto significa que os dois se unem e completam pelo sacramento do matrimónio de tal maneira que para corresponderem à santidade da graça que lhes é dada, têm de viver de olhos postos nos mesmos fins, corações unidos no mesmo amor, almas abraçadas na mesma vida espiritual tanto no que diz respeito a esta vida espiritual tanto no que diz respeito a esta vida (criação e educação dos filhos, trabalhos, penas e alegrias) como no que interessa a salvação eterna (vida de piedade com todas as manifestações do culto e vida espiritual com todas as exigências de formação cristã e santificação mútua). O Homem, por outras palavras, não pode desinteressar-se da vida espiritual e da salvação da sua mulher, e vice-versa.






-Pode dizer-se que no sacramento do matrimónio entram três entidades: O homem, a mulher e Deus. Deus é o traço de união dos dois. Onde não está Deus a mais, a união não pode ser eficaz nem profunda nem eterna como é exigido pelo amor verdadeiro. Mas além desta graça de santificação pelo amor, graças de união total que Deus dá para que os dois sejam em tudo um só, há no sacramento do matrimónio outras graças especiais dadas por Deus, para que os dois realizem todos os fins do matrimónio: Fortaleza para enfrentarem as dificuldades da vida, para criarem os filhos, para se auxiliarem, compreenderem, amarem e viverem na união santa do casamento; Iluminação com dons especiais para guiarem e formarem os filhos e se entenderem santamente; Piedade para viverem a vida de família num ambiente espiritual de santidade etc. etc.

Como vemos só por esta simples amostra, o casamento cristão faz passar uma instituição meramente natural para um plano sobrenatural e divino. Pelo sacramento do matrimónio, a simples união de um homem e de uma mulher passa a ser união de um homem e de uma mulher, sim, mas feita pelo próprio Deus.

Esta intervenção divina coloca logo o casamento num plano não humano mas divino. O homem e a mulher ligados pelo sacramento formam um santuário onde Deus do Amor; não são só duas pessoas que se abraçam hoje e que, amanhã podem deixar de se abraçar. São duas pessoas que Deus une, liga e funde: - união que faz dos dois um; liga que os funde um no outro; fusão que os fecunda sobrenaturalmente.

















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