sábado, 10 de junho de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA E «OS LUSÍADAS»
















“OS LUSÍADAS SÃO A GLÓRIA DE 
PORTUGAL.”






Transcrevo hoje, um manuscrito do Padre Correia da Cunha sobre o QUARTO CENTENÁRIO DE «OS LUSÍADAS», no dia em que celebramos o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.


Este documento está datado de Junho de 1972, ano que celebraram, como oficialmente foi determinado, o IV CENTENÁRIO DA PUBLICAÇÃO DE «OS LUSÍADAS» considerados pelo Padre Correia da Cunha a «Bíblia da Pátria».





Padre Correia da Cunha



Parafraseando Jorge de Sena, Camões é único, foi um poeta visionário que arrastou o colectivo até onde havia levado já o individual. A vivência intima do poeta, uma experiência que lhe provocara análogas descobertas do sentido da vida, fê-lo sofrer a angustia por o seu mundo não cursar trilhos luminosos do Fado que ele havia visionado.

Artigo do Padre Correia da Cunha



Por mais estranho que pareça, uma das poucas datas conhecidas da vida e obra de Luís Vaz de Camões é a do ano de 1572, impressa no frontespício da primeira edição do seu imortal poema.






Faz, portanto, agora quatrocentos anos que, na casa de António Gonçalves, impressor, foi dada a lume essa genial obra prima da nossa literatura e (sem favor) da literatura universal, pois pode pôr-se ao lado (senão acima) de todas as outras epopeias.

Feita embora em moldes clássicos, como era próprio e natural naquela época de franco renascimento, «OS LUSÍADAS», nada ficam a dever às grandes obras das literaturas estrangeiras de todos os tempos tais como a Divina Comédia de Dante, o Paraíso Perdido de John Milton, Jerusalém Libertada de Tasso, Henriade de Voltaire e até a Odisseia de Homero…

Cantando a epopeia de um povo, a propósito do desconhecimento do caminho marítimo para a India, «OS LUSÍADAS» são bem a Bíblia da Pátria Portuguesa.

Não é aqui lugar para discorrer sobre o alto valor, a esplendida beleza e o nobre sentido desse grande livro. Outros com mais competência e tempo o fazem, sobretudo durante este ano, tecendo os mais rasgados elogios ao poeta e analisando o poema nos seus mais diversos aspectos.

Não queremos, porém, deixar de chamar a atenção de todos os nossos leitores para o evento cujo quarto centenário se comemora e celebra, convidando-os a reler (sem obrigatoriedade escolar), mas atenta e devotamente o Livro em que se retrata, define e vive a Alma da Nação.

Olhem que vale a pena!

Façam-no, pois, com devoção ainda que tenham de fazer um esforço para entender subtilezas poéticas, decifrar arcaísmos ou desvendar mitologias.

A voz de Portugal, a voz da Lusitanidade falará dentro de nós, no mais íntimo do nosso ser, oferecendo-nos uma beleza de encantamento e uma força de heróis.

Reler ou ler assim os Lusíadas será a maior homenagem que podemos prestar ao imortal poeta Luís Vaz de Camões, neste quatro centenário dos seus e nossos «LUSÍADAS».

















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quinta-feira, 1 de junho de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA – PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO - III














«OS SERES HUMANOS PRECISAM,

 ACIMA DE TUDO DE RELACIONAMENTO

 AMOROSO, ESTÁVEL E HARMONIOSO.»





Continuo a transcrever o Curso de Preparação para o Matrimónio da autoria do Padre Correia da Cunha.

Neste texto é evidenciado que Deus nos fez como homem e mulher, diferentes mas complementares.

Quero hoje recordar as centenas de jovens noivos que participaram e assistiram a este grandioso projecto da Paróquia de São Vicente de Fora, liderado pelo Padre Correia da Cunha, que visava transmitir aspectos práticos da nova vida que queriam abraçar.

O Padre Correia da Cunha não debitava só ideias, conhecia bem estes aspectos conjugais e terminava sempre com um questionário escrito que ajudava muito os noivos na descoberta dos caminhos e dos sólidos princípios cristãos. Era importante que tomassem consciência que somos tão especiais aos olhos de Deus. Pelos testemunhos ouvidos por muitos dos participantes nestas sessões, trago à memória o referirem que eram momentos de muita alegria e paixão.

Pelo sacramento do matrimónio passávamos a viver a três – Homem, Mulher e Deus abraçados e inundados pelo Seu amor.


O casamento não é a grade de uma prisão mas uma vida de verdadeira liberdade: somos interdependentes – o homem precisa da mulher e a mulher precisa do homem para se complementarem e enriquecerem livremente em união.

Deus criou-nos como homens e mulheres, diferentes e complementares, para não nos esquecermos de que somos seres criados, dependentes dele e dos outros.






O CASAMENTO

É sobre o casamento que assenta toda a vida familiar e social. Quase todos os homens procuram, por uma tendência natural, constituir família.

Portanto, há necessidade de se conhecer bem o que é o casamento e quais são as bases e condições para que do casamento saia uma família feliz que se deseja.
Já ficou dito que o casamento é a união legal e permanente entre o homem e a mulher em ordem a três fins:

a      1  – Procriação, isto é, geração de filhos e sua formação;
                2     – Complemento dos cônjuges
c                3      - Auxilio mútuo.

É da própria constituição ou maneira de ser do corpo de cada pessoa a diferenciação dos sexos. Nasce-se homem ou mulher sem para nada se ser consultado. Cada pessoa é o que é porque assim nasceu. Esta diferenciação de sexos, provoca a sua atracção mútua e, portanto, a união. Verifica-se esta união entre todos os seres animais. Na espécie humana também. No entanto, o homem não é um simples animal, embora às vezes se porte como uma bestinha.


É um espírito também. E assim corpo e espírito, todo inteiro são atraídos pelo sexo diferente porque também espiritualmente há uma espécie de diversidade sexual. A mulher nos seus sentimentos, na sua maneira de ser, no seu feitio etc… é muito diferente do homem. Tudo isto ligado ao prazer que há, mesmo fisicamente, nesta união provoca o amor. Desta união amorosa por uma determinação superior do supremo legislador da natureza e criador de tudo, nascem os filhos, continuadores da humanidade sobre a Terra. No entanto, ao contrário do que acontece com todos os animais, a cria do casal humano, isto é, o filho, não nasce feito. Tem de fazer-se, formando-se pela educação que compete aos pais.






De onde se conclui que o casamento não pode ser um acto sexual, simples, transitório, pois o filho leva anos a formar e precisa tanto do pai como da mãe para que a sua formação seja completa e perfeita, na medida do possível.

Os cônjuges (marido e mulher) mesmo fisicamente são incompletos. Se na ordem moral e espiritual o homem tem umas qualidades e a mulher, outras, na ordem física das formas do corpo também cada um deles é incompleto e só juntos são completos. No casamento realiza-se essa plenitude espiritual e corporal que faz do casal humano a fonte da vida e a base de toda a sociedade. Mas não poderá haver plenitude onde impera o receio e o medo de se ser abandonado. Isto é, se a mulher, por exemplo, por ser a mais fraca e sofrer os trabalhos da maternidade, recear ser desprezada depois da união sexual, como é que pode dar-se inteiramente, corpo e alma, ao homem que ama? Como pode atingir a plenitude do amor e até do gozo ou prazer?


Quanto ao auxílio mútuo, pode dizer-se o mesmo. O homem precisa da mulher e esta precisa do homem.
Um tem habilidade para umas coisas o outro tem habilidade para outras.

Precisamente por tudo isto é que a Natureza os fez diferentes. Auxiliam-se portanto. Este auxilio também não pode, ser total nem generoso se a união não for permanente, é claro!







Questionário:

- Estás de acordo com o que foi dito? Porquê?
- O casamento será primeiro que tudo para ter filhos ou para um homem e uma mulher se sentirem felizes pela união amorosa e pelo auxílio que se dão um ao outro?
- Que te parece?
- Na verdade, há casais sem filhos.
  Isto não será uma resposta à questão?
- A respeito da união sexual e da união espiritual, qual delas te parece a mais importante?
- Lembra-te disto: O cristão pode e deve tratar de todos os casamentos, porque tudo o que existe foi criado por Deus e tudo o que Deus fez é bom.

Poe os olhos em Deus e estuda e responde a estas perguntas com toda a sinceridade. Isto interessa-te!!!




















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