segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

PE. CORREIA DA CUNHA - PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO X











A VIDA EM COMUM É UMA ENTREGA

 TOTAL!


O Padre Correia da Cunha possuía uma grande experiência com jovens e procurava mostra-lhes os bons princípios morais para um namoro e noivado que contribuíssem para a Glória de Deus e para a formação de um lar cristão solido e alegre. É no namoro que se começa a escrever uma história de amor que ambos querem edificar ao longo da vida e que crescerá naturalmente através do amor e das alianças que jurarão ante Deus a Comunidade Cristã.


O relacionamento no namoro deve exaltar uma caminhada que deve ser vivida, num compromisso sério pleno de responsabilidade. Lembrava o Padre Correia da Cunha que uma vida não pode ser vivida de improvisos. Antes pelo contrário deve ser planeada e só assim haverá um noivado suficientemente maduro e verdadeiro. Com a ajuda de ambas as famílias dos noivos, estes devem ser capazes de aprender um com o outro no respeito pela dignidade de cada um. Noivado é tempo de preparação e amadurecimento. Deve servir para se examinarem mutuamente de forma a enfrentar e ultrapassar os obstáculos e as dificuldades da vida conjugal; para depois não haver surpresas ou ser tarde de mais…


Na foto seguinte uma dedicatória da autoria do Padre Correia da Cunha. É um texto bem elaborado com letra bem legível, datada de 22 de Abril do ano de 1961 para um casal amigo que nesse dia contraíram o Sacramento do Matrimónio. Que desfrutem da felicidade tão sonhada recebida na bênção daquele dia.







Texto do Padre Correia da Cunha

A respeito da indissolubilidade do matrimónio ficou, pois, assente que, entre católicos, ela é uma das características fundamentais do casamento. Uma vez unidos pelos laços do matrimónio, os esposos jamais poderão separar-se para contrair outros laços matrimoniais. Homem e mulher ligam-se para construir uma família, não para fazerem experiências sexuais.

Vem a propósito expor uma dificuldade que se apresenta com frequência.

Dizem muito (e alguns até cristãos, mas mal formados) que pode acontecer o caso de os esposos algum tempo após o casamento verificarem a incompatibilidade da vida em comum. Isto é; pode dar-se o caso de um desentendimento grave, provocado pela oposição de feitios e até por falta grave quer da mulher quer do marido.

A isto responderemos que:

a)      O namoro e o noivado se não inventaram para passatempo inútil ou mesmo pecaminoso, mas para que os namorados preparem o seu futuro, procurando conhecer-se mutuamente, analisando-se os feitios, génios, caracteres e suas qualidades e defeitos. Não deve passar-se tão precioso tempo em cinemas, divertimentos ou coisas piores, mas num estudo sério das pessoas, suas tendências, preocupações e gostos. Durante esse tempo, devem estudar-se também os problemas económicos, morais e religioso da família, etc…

Se houver esta preocupação, é claro que depois o casamento não será uma caixinha de surpresas mais ou menos agradáveis… Antes que cases, olha o que fazes, diz a sabedoria do povo.



b)      Quando, porém, essa incompatibilidade surgisse, ou algum acto criminoso a provocasse, nem mesmo assim o divórcio seria admissível não só pelo que ficou dito em anteriores capítulos, mas também porque nunca se pode garantir que a segunda ou terceira experiência fosse mais feliz do que a primeira. Pois, na verdade, quando se casou, o Senhor Fulano não esperava senão felicidade e alegria. Apareceu-lhe a Cruz. Isto será motivo para experimentar outra? E quem garante que a segunda não é pior que a primeira?

       Onde é que isto ia parar!!!

Por outro lado, o divórcio, nos países em que existe contribui

a)      Para a inconsciência com que se procede à realização do grande acto do casamento. Na verdade, se os noivos estão convencidos de que se não se deram bem, podem cada qual ir para seu lado, para quê pensar a sério em vencer as dificuldades da vida matrimonial?
    b)      Para a ruína da família. Quando o divórcio é admitido pela lei, com facilidade, perante os espinhos da vida, se arranjam motivos de incompatibilidade e se desmancham os lares.

     c)       E, por consequência, para ruina da sociedade, visto que a família é a sua base.

Se não fosse massada grande para nós, seria interessante analisarmos estatísticas. Mas fiquemos por aqui, que já chega. As verdades devem ser aceites pela inteligência; os números só servem para confirmar o que aquela já aprovou.







De toda esta breve exposição sobre o casamento, à luz de uma sã filosofia natural e da doutrina católica, devemos tirar algumas consequências sérias e profundas.

Umas a respeito da preparação do casamento.

Outra acerca da vida matrimonial.

1º - O casamento prepara-se pelo namoro e pelo noivado.

Sem se saber bem porquê, certo dia nasce no coração de dois jovens, rapaz e rapariga, um sentimento indefinível de simpatia mútua. Procuram eles vir à fala, primeiro a pretexto das coisas mais indiferentes, depois tratando assuntos íntimos. É o namoro. Procuremos que desde logo a coisa seja a sério. Que os pais da rapariga, bem como os do rapaz , tenham conhecimento do que se passa. Averiguemos da posição social, da situação económica dum e d’outro. Esclareçam-se intenções.

Estudem-se todos os aspectos da questão. E faça-se tudo isto com delicadeza, amizade, fraqueza e com o conhecimento de quem os possa aconselhar, como sejam, os pais, os amigos íntimos e, em especial, o sacerdote confessor com quem se abre a alma.

2º Durante a vida de casados, não supor que a lua-de-mel é eterna. O entusiasmo da paixão pode passar depressa, contanto que fique o perfume do amor verdadeiro, pronto a sacrificar-se tanto mas grandes como nas pequeninas coisas.






A vida de piedade, a formação moral e espiritual. A comunhão de almas e de interesses, as confidências, numa palavra a vida em comum, á a garantia da felicidade.

E não se julgue que a vida em comum se pode fazer sem toda aquela comunhão de almas de que se acaba de falar. Não!

Não é vida em comum só quando se unem corpos numa cama ou à mesa, e todas as preocupações espirituais, morais e até materiais se guardam egoisticamente. A vida em comum é uma entrega total!


Para isso, só uma vida de oração e sacrifício pode dar forças bastantes.






















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