quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

PE. CORREIA DA CUNHA - PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO XI













UM ACTO DE LIBERDADE



No início de 2018, damos continuidade ao curso de preparação para o matrimónio da autoria do Padre Correia da Cunha. Estes textos são excelentes auxiliares de conselhos e observações sobre esse contracto que, é como todos os contractos um acto essencialmente livre e incoercível; assenta no consentimento  livre,  autónomo e  independente que levava o Padre Correia da Cunha a lembrar tantas vezes: “- Só casa quem quer quando quer e como quem quer.”

Mas esta liberdade absoluta em que se baseia o contracto de casamento tem de ser entendida em termos talentosos – o casamento é um contracto inteiramente livre quanto à sua celebração, mas não devemos esquecer que o sacramento do matrimónio origina uma instituição, que se rege pelas leis naturais que o homem não pode modificar.

Dizia o Padre Correia da Cunha que era da maior importância os nubentes conhecerem e aprofundarem a doutrina da Igreja acerca do matrimónio como fonte de graça. O sacramento é perene cujos efeitos se prolongam por toda a vida dos cônjuges.



Importa que todos os cristãos que se unirem pelo sacramento do matrimónio saibam aproveitar deste inapreciável tesouro, fazendo da sua vida marital a sua via de santificação. Só assim chegarão a viver, em toda a sua beleza e dignidade, o sublime ideal do grande sacramento que é o matrimónio cristão.





Texto da autoria de Padre Correia da Cunha


LIBERDADE – A segunda condição de validade no matrimónio é o mútuo consentimento. Tal é a doutrina do código de Direito Canónico (c.1081). Tal é também a doutrina do direito natural: - O consentimento deve ser livre e não há poder algum humano que possa suprir essa liberdade de consentimento.

Não é de estranhar, porém, que em antigas civilizações e, ainda hoje, em povos não cristianizados, se dispense facilmente o consentimento livre da mulher e o casamento se trate entre famílias como se fosse um negócio qualquer. Isto só tem explicação no triste facto de se esquecerem os direitos humanos onde não se aceita a lei de Cristo. É certo que só a pouco e pouco a Igreja Católica conseguiu implantar esta doutrina.


Levou séculos para poder impô-la, baseando-se na igualdade de direitos tanto do homem como da mulher.

Mas também se deu o mesmo a respeito da escravatura… que só os povos bárbaros ainda hoje têm. Graças a Deus, entre nós já é doutrina aceite esta de que a mulher é livre tal qual o homem.

Mas é bom não esquecer que, se ambos são livres, nem por isso devem por de parte os conselhos e avisos de pessoas mais experimentadas e amigas, como os pais e os párocos respectivos. É que há muitas coisas a considerar no casamento: - em primeiro lugar o amor, a simpatia mútua, a decisão de abraçarem uma vida em comum com todos os sacrifícios que essa vida exige, sendo um do outro, sem do os dois dos filhos e sendo todos de Deus.



Depois: - a semelhança de feitio e génio entre os dois; a semelhança de condições sociais; a semelhança de educação, etc…





Ora é fácil que muitas vezes os namorados se preocupem somente com as questões sentimentais, e se esqueçam de averiguar se ambos se compreendem e entendem quanto ao resto. Um sapateiro embora honrado, que case com uma princesa, é claro que fará a vida negra à mulher, assim como ela o há-de humilhar constantemente pela sua maneira de falar, de vestir e até por ele passar a viver à custa dela e não do seu trabalho.

É claro que tal lar não pode ser feliz. Por isso mesmo antes que cases olha o que fazes!

Escuta ta os conselhos e avisos dos teus melhores amigos e não te deixes guiar só pela voz dos teus sentimentos amorosos que, às vezes, são traiçoeiros como Judas. Às vezes são paixões e não amor… ela é bonita, jeitosa… e não há outra razão. Pergunta também : Ela  é bem formada religiosa e moralmente? Ela tem qualidades de trabalho? Não basta que ela diga que por tio é capaz de tudo. Ela sabe lavar a roupa, esfregar a casa etc…


Nesse caso, se amanhã as necessidades da vida a obrigarem a isso, ela será capaz de o fazer.
De modo que devemos assentar nisto:


Para o casamento é necessário o consentimento livre, e é de toda a conveniência o conselho e avisos dos pais, amigos e do pároco ou confessor.

Pode pôr-se a questão de um nubente que, coagido, aceita o casamento com a pessoa que não ama.
Como resolver-se o caso? E se depois de algum tempo começa a gostar dessa pessoa?

Pense cada qual neste assunto e diga de sua justiça…
















.

Sem comentários:

Enviar um comentário