«É ESSENCIAL QUE OS JOVENS SEJAM FORMADOS NO AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO.»
Não me recordo do Padre Correia
da Cunha me ter falado algum dia da sua ligação à Acção Católica Portuguesa e
particularmente aos Jocistas. Certamente foi nos seus primeiros anos de
sacerdócio.
Irei ao longo dos próximos meses,
transcrever as muitas lições por si ministradas aos jovens trabalhadores
cristãos, retiradas de um velho caderno amarelecido pelo tempo. Penso que estes
escritos sejam dos anos 40 do passado século. Esta associação JOC tinha como
missão a libertação dos jovens trabalhadores como verdadeiras testemunhas de
Jesus Cristo e a viverem o Amor a Deus e à Igreja.
Neste primeiro texto e nas
palavras do assistente eclesiástico: Os jocistas eram verdadeiros militantes
moldados pelos ensinamentos da Igreja e pelos princípios da sua hierarquia.
Não se podia encarar de ânimo
leve esta sua tarefa sacerdotal. Esta missão implicava uma completa
interiorização e uma fervorosa vida espiritual. Tratando-se de uma população
jovem, futuro da Igreja e continuidade da sua obra da Igreja. Através destes
escritos fica bem claro que se propõe educar a juventude no Amor a Deus através
de uma forte militância e vigilante valorização pessoal que permitisse mais
tarde a estes cristãos cumprirem em plenitude as suas missões no seio da
comunidade paroquial.
O assistente da
Acção Católica, particularmente no movimento Jocista.
Primeira pergunta: Importância capital do papel do assistente nas obras
da Acção Católica.
- A grande importância a vital importância do papel do assistente nas
obras da Acção Católica, e não nos fora inoculada pela própria natureza e
gravidade do assunto, ter-nos-ia sido suficientemente declarada pelas palavras
que como lema duma revista: «Assistente Eclesiástico», o Santo Padre Pio XI
pelo seu próprio punho escreveu: A Acção Católica é o que for cada um dos seus
assistentes na parte que lhe seja confiada: In manibus tuis sortes mea.
Assim é, o assistente leva em suas mãos a sorte presente e todo o
futuro da Acção Católica. Não nos iludamos a este respeito. Se a Acção Católica
se desenvolve e próspera, numa palavra se a Acção Católica vive é
principalmente e quase unicamente devido ao assistente eclesiástico.
Na verdade, do assistente dependem os militantes que realizarão o
apostolado laical que é uma tarefa, e por meio dos militantes depende ainda do
assistente a eterna salvação daqueles que esperam no apostolado a actuação da
acção dos militantes formados, guiados, e animados pelo assistente. Que grande
responsabilidade não é a do assistente… In manibus…
Na Acção Católica o sacerdote não é senão o assistente. Não é
presidente, nem tesoureiro, nem maquinista; é pura e simplesmente o assistente
ou para empregar as palavras do Papa ao Episcopado colombiano: a alma das
associações, fonte de energia, animador do apostolado: representante da
autoridade. Deixando aos leigos a direcção e a responsabilidade das
associações, deve porém garantir a fiel e constante aplicação dos princípios e
directivas estabelecidas pela hierarquia da Igreja. O seu papel é portanto
imponderável, insubstituível.
Pertence ao assistente eclesiástico procurar com recato escolher com
prudência formar e instruir os apóstolos leigos do meio do trabalho. Por outro
lado é grande dever dos prelados escolher esses educadores de todos o que hão-de
colaborar com a hierarquia para esses sacerdotes formarem os futuros apóstolos
de todas a classes sociais já que a Acção Católica deve ser especializada.
Por mais brilhantes que sejam as qualidades naturais de um sacerdote
não bastam: É pois necessário sobrenaturalizá-las no amor do Coração de Jesus.
A educação espiritual do Padre deve surgir as qualidades de instruir que lhe
faltam, ou aperfeiçoar as que tem. Os encargos da formação dos militantes
jovens urge o convencimento a propósito de tudo orai nas horas fixadas. Nas
reuniões trata-se de desenvolver a vida sobrenatural de modo a conseguir que a
acção cristã junto dos companheiros seja uma exigência da própria personalidade
cimentando num contentamento mais perfeito de Deus pela fé e pela caridade.
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